segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Justa Causa, Abandono de Emprego.


“Se por um lado a ausência demasiada do empregado ao serviço configura o abandono de emprego, por outro, não tem o condão de revelar seu ânimo de não mais prestar serviços ao seu empregador.”

Fui demitido por Justa Causa, motivo: abandono de emprego.

Trabalhei por quase quatro anos na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos como carteiro. Fui admitido na empesa em fevereiro de 2007, comecei trabalhando em uma cidade distante 210 km da minha cidade natal. Logo de início já deixei claro a minha intenção de voltar para minha cidade de origem, pedi transferência assim que se passaram os três meses de experiência. Três anos e nove meses depois de minha contratação eu ainda estava naquela mesma cidade em que comecei.

Em 2009, prestei vestibular para uma universidade de minha cidade natal, por que onde eu estava morando não há oferta do curso de meu interesse em uma universidade pública. Fui aprovado.

Iniciei o curso em fevereiro de 2010, eu estava suprindo a falta de funcionários nas cidades próximas e conseguindo ir para a universidade quase todos os dias (exceto em dias em que era “obrigado” a fazer hora extra). Em novembro do mesmo ano fui chamado para voltar a trabalhar na mesma cidade onde fui contratado. Se eu voltasse para essa cidade, não haveria possibilidade de continuar os estudos, devido à distância, e eu perderia minha vaga em uma universidade pública. Quando se está no primeiro ano é necessário passar ao menos em uma matéria e ter um mínimo de 75% de freqüência para garantir a vaga, meta que eu não atingiria se voltasse para aquela cidade.

Faltavam exatamente um mês e dez dias para o término do ano letivo, tentei argumentar mas não houve diálogo. Me deram a opção de voltar ou voltar. Incrível como uma empresa presente em todas as cidades, com mais de 110.000 funcionários não pode fazer algo para ajudar um colaborador pelo período de 40 dias.

Eu já estava em primeiro na lista de espera há mais de um ano e muitos já haviam confirmado a existência de vagas, não entendi por que eu ainda não havia sido transferido. Esta lista de espera tem credibilidade dúbia, influência política e alguns outros fatores podem fazer com que os últimos sejam os primeiros. Eu preferi o jeito honesto, e estava esperando até então.

Como não houve diálogo tentei encontrar outro jeito para tentar manter o emprego e a vaga na universidade. Busquei informações sobre a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e descobri que somente após 30 ausências não justificadas é que seria caracterizado o abandono de emprego. O problema foi meu erro de interpretação disso.

Me apresentei para trabalhar naquela cidade apenas por alguns dias, até que faltassem os 30 dias para o fim do ano letivo, assim, na minha interpretação, eu não compareceria ao trabalho nesses dias, iria para a universidade e não seria caracterizado abandono de emprego, pois ao final desse período eu me apresentaria novamente para trabalhar, e já estaria de férias dos estudos. Essa foi a forma que encontrei para tentar manter o emprego e a vaga na universidade.

Como já disse anteriormente, o problema foi meu erro de interpretação. Os trinta dias das minhas contas, eram trinta dias úteis, nas contas da legislação são trinta dias corridos.

Me apresentei para trabalhar novamente, após se passarem exatamente 25 dias úteis. Somente então fiquei sabendo que se contavam os finais de semana e feriados e que eu já estava demitido: Justa causa por abandono de emprego.

Simples assim, demitido por justa causa sem direito a receber nada e sem chance de apresentar meus argumentos.

Um mês se passou e eu ainda não recebi nada por escrito. Como é de costume nos Correios (uma empresa de comunicação) a comunicação é uma merda. Nunca ninguém soube me dizer quem era o responsável para cuidar das transferências, ninguém nunca me disse sobre as possibilidades de transferência, nunca soube o que aconteceu no recrutamento interno em que fui aprovado para ser supervisor, não sei por que não recebi função pelos quatro meses que trabalhei de moto e fui atrás de todas essas informações.

Vou tentar pelo menos reverter essa ‘justa causa’ por via judicial, e se for comprovado que eu tenho mais algum direito, vou lutar por ele.

Enquanto isso em União da Vitória aquele bom senhor de quarenta e poucos anos e um infarto, segue seu ritmo de dez horas de trabalho por dia, quinze minutos de almoço e, no fim da tarde não completou nem metade do seu DP, mas não por incompetência. Competência e dedicação é o que não faltam à ele. Aliás, poucos são os carteiros que trabalham menos de dez horas por dia.

Um abraço a todos os carteiros, que fazem com que essa empresa esteja entre as instituições mais confiáveis. Mas, eu não confio.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Viajando com Karl Marx e Adam Smith pela Terceira Via




"O Capitalismo é a exploração do homem
pelo homem. O Comunismo é o inverso".
Provérbio Polonês

"Third Way ou simplesmente, a Terceira Via. Uma corrente de pensamento que pretende ter em mãos um plano ético, ideológico, econômico, político e social "para a próxima geração". Suas idéias encontram arrimo no pensamento do professor Anthony Giddens - do King's College e da London School of Economics.
A Terceira Via - o "centro radical" político, segundo Giddens - seria a social-democracia modernizada através da reforma do Estado (desestatização e desprivatização); da participação da sociedade civil; da regulação dos mercados; da justiça e de menor exclusão social. Procura, além disso, afastar a idéia liberal de que os mercados chegam naturalmente ao equilíbrio sem regulação - ensejando o pleno emprego. Assim, a Terceira Via, seria um caminho entre o capitalismo e o socialismo modernos. "

Guilherme Sociais Villela, Economista
ZERO HORA, 25/11/98, p.10


A idéia da charge surgiu em uma aula de economia, quando a professora pediu uma pesquisa sobre a "Terceira Via". Já fiz a charge, mas ainda não terminei a pesquisa! Pelo pouco que li sobre o assunto, gostei. Sempre me identifiquei com a esquerda mas com algumas ressalvas. Essa idéia de "Third Way" me pareceu bem interessante.

segunda-feira, 22 de março de 2010

"I love it, but I'm tired of defending it"


"I love it, but I'm tired of defending it"

"Eu amo isso, mas eu estou cansado de defender isso"

Chris Rock, com seu humor característico, falando sobre o Rap no Chris Rock show de uns anos atrás.

Em seu stand up ele comentou o quanto gosta de Rap e inclusive citou alguns que ouve e gosta. Contou que algumas pessoas dizem: "isso não é música, como você pode ouvir esse lixo?". Ele diz que existem grandes artistas no gênero que fazem arte e música de verdade, e que antigamente era fácil de defender o Rap em um nível intelectual, mas hoje em dia... está muito difícil.

Não sei se é saudosismo, mas eu também gosto mais dos raps antigos. As letras tinham um conteúdo melhor, os beats eram mais animados (próprios para os b.boys dançarem) e não havia tanta pose. Não sou tão da antiga assim, só acompanhei o início do Rap no Brasil por vídeos. Thaíde e Dj Hum, M.R.N, e o próprio Racionais eram os meus favoritos. Eu (ainda) também amo isso. Mas o Rap tomou alguns caminhos inesperados (inesperados pra mim pelo menos). Nos EUA o Rap ficou vulgar, fútil em sua maioria. No Brasil se tornou sinônimo de violência e também ficou fútil. Hoje os Rappers (não todos) estão tão preocupados com suas roupas, correntes, cara-de-mau e grana que esquecem do verdadeiro intuito. É claro que toda regra tem sua exceção, e temos várias (e boas) exceções à regra. O problema é o estereótipo que foi criado na cabeça da sociedade, que coloca tudo quanto é Rap num mesmo lugar e não consegue separar o que é bom do que é ruim, mas esse nem é o maior problema. As crianças que se sentem atraídas pelo ritmo ainda não tem uma definição mais aguçada do que é certo ou errado e vão assimilando algumas merdas que rolam por aí. Ainda tem muita coisa boa, nesse gênero de música, sendo produzida. Mas vale a pena parar e refletir um pouco sobre quais os caminhos a serem seguidos daqui pra frente. I love it, but I'm tired of defending it too!

domingo, 21 de março de 2010

Sessões Terapêuticas de Skate



Sessões de skate são sempre terapêuticas. Essa é de 2009 na pista do Rio Verde, a maior parte é o Jarbas e tem um "flipzinho senvergonha" meu ali. A correria do dia a dia e as responsabilidades que temos depois de uma certa idade nos distanciam das coisas que realmente gostamos de fazer. Mas como o Jarbas mesmo diz: " enquanto as pernas aguentarem, a gente vai andar". Fazer o que se gosta e tirar da cabeça todas as preocupações. Skate é uma terapia, é basicamente isso.